quinta-feira, 19 de abril de 2007

Assim na África como no Brasil

O economista James Shikwati, do Quênia, falou essa semana no Fórum da Liberdade, em Porto Alegre. Infelizmente, não tive o prazer de estar lá para ouvi-lo, mas fiquei bem impressionada com a sua tese. Shikwati afirma que a ajuda internacional só alimenta a corrupção e impede que a economia da África se desenvolva. Segundo ele, os africanos não precisam de esmola, mas de países que respeitem os seus direitos e queiram negociar, comprar o que é produzido no continente. Pra exemplificar, Shikwati conta que “em 1997, havia 137 mil empregados na indústria têxtil da Nigéria; em 2003, eram apenas 57 mil, porque os países ricos nos inundam com roupas doadas, que vão abastecer os mercados de rua nas cidades africanas”. E acrescenta: “o caminho para o nosso desenvolvimento é ter acesso livre a outros mercados e conseguir investimentos externos”. Traduzindo, o queniano pede que os países ricos parem de mandar o “Bolsa Família” pra África. No lugar de dar o peixe, ensinar a pescar talvez seja bem mais humanitário.

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