sexta-feira, 12 de março de 2010

Trakinas



Nuvem e Bastet vivem conosco há dois anos. Aprendemos, aos poucos, a dividir a casa com as bichanas. Ou será que ocorreu o contrário? Já não imaginamos assistir a um filme ou sentar em frente ao computador sem a serena companhia das duas.

Enfrentamos, porém, um grande problema que imagino não ser apenas nosso. Quando estamos longe de casa, a tecnologia não oferece recursos que nos ajudem a manter contato com as habitantes que miam. Não adianta enviar e-mails, telefonar ou mandar torpedos. Nem sequer outra pessoa nos substitui ou serve para amenizar a falta que elas sentem de nós. Mesmo se instalássemos câmeras pela casa, apenas poderíamos vigiá-las, mas elas não perceberiam nossa presença.

Ao girar a chave e abrir a porta, percebo um par de focinhos ávidos por algo que só eu ou o Duda podemos fornecer. Vejo rabos balançando, barrigas sendo expostas com um só objetivo. Só depois, é claro, de uma boa espreguiçada ou uma coçada na orelha, afinal estamos falando de gatas! Impossível não largar tudo para fazer carinho na dupla mais dengosa do pedaço. Brinco, converso e afofo bem os pelos de cada uma. Ouço um motorzinho avisando que está feliz com minha presença. Olhos se fecham e não escondem que esperaram ansiosamente por esse momento durante todo o dia.

A primeira conclusão a que chego é que a tecnologia pode diminuir distâncias, mas o contato direto continua sendo insubstituível. A segunda, modéstia à parte, é que sou a bolachinha mais recheada do pacote!

quarta-feira, 10 de março de 2010

Caleidoscópio

Povo praiano nem sempre é o mais animado pra curtir bandas de rock nacional. Fosse um grupo de pagode ou de funk talvez fizesse mais sucesso. Não importa: pulei e cantei durante o espetáculo inteiro! Não é todo dia que se curte Paralamas do Sucesso, de graça, na beira da praia. Eles tocaram desde “Eu tenho que aprender a dizer tudo que eu sinto por você” até “Cuide bem do seu amor, seja quem for”.

Lembrei do fusquinha vermelho da minha irmã que foi batizado de Vital em função da música do Paralamas (e eles também tocaram essa!). O primeiro passeio oficial do carrinho foi o show da banda no Gigantinho, nos idos anos 80. Inesquecível!

E gostei de ouvir a nova versão do Herbert para Óculos:

“Por que você não olha pra mim
Por que você diz sempre que não
Por que você não olha pra mim
Em cima dessas rodas também bate um coração”

sexta-feira, 5 de março de 2010

Rir é o melhor remédio

Se o ditado acima é verdadeiro, na noite de quarta-feira consegui uma munição de anticorpos! Fui assistir a Simplesmente Complicado, filme com Meryl Streep, Alec Baldwin e Steve Martin. Eu e a plateia não economizamos nas gargalhadas. E não é pra menos: o texto inteligente e a atuação do elenco são impecáveis. Havia tempo que eu não ria tanto. Simplesmente o máximo!

segunda-feira, 1 de março de 2010

Co-quei-ro

Tive o prazer de conhecer o Museu da Língua Portuguesa no final de semana retrasado. A experiência é maravilhosa e emocionante! Parei pra pensar na beleza do nosso idioma e tive a rara e verdadeira sensação de orgulho de ser brasileira, apesar do nome da nossa língua ser portuguesa.

Transcrevo um poema de Sophia de Mello Breyner Andresen, poeta lusitana, recitado no interior do museu:



Poema de Helena Lanari


Gosto de ouvir o português do Brasil
Onde as palavras recuperam sua substância total
Concretas como frutos nítidas como pássaros
Gosto de ouvir a palavra com suas sílabas todas
Sem perder sequer um quinto de vogal
Quando Helena Lanari dizia o "coqueiro"
O coqueiro ficava muito mais vegetal