quarta-feira, 18 de julho de 2007

Que país é esse?

Estou triste e envergonhada, como acredito que grande parte da população esteja hoje com o acidente do vôo 3064 da Tam, que matou cerca de 200 cidadãos. Cidadãos que votam; que pagam impostos e mesmo assim precisam pagar escola, plano de saúde, previdência privada; que têm família, filhos e amigos que neste momento devem estar chorando a sua falta. Ainda não se sabe o motivo principal para a queda da aeronave. O que todos nós sabemos é que há muito Congonhas vem trazendo insegurança à população, por se localizar em uma área central de São Paulo. Que a pista principal do aeroporto é considerada pequena. Que, apesar das reformas implementadas pela Infraero em função dos problemas de drenagem, a pista não tem ranhuras e continua escorregadia em dias de chuva. Que na segunda-feira, dia 16 de julho, um avião da empresa Pantanal perdeu o controle na aterrissagem. E que milhares de pessoas – ou melhor, vidas – transitam diariamente por este que é o aeroporto mais movimentado da América do Sul. Porém, hoje já vi notícias de autoridades supondo que a culpa seja do piloto, que infelizmente não tem mais o direito de se defender.

A crise aérea brasileira chegou ao seu limite. E dessa vez não será mais possível “relaxar e gozar”, como propôs a ministra do turismo, Marta Suplicy. Aliás, essa possibilidade nunca existiu. Estamos vivendo uma era em que a negligência, a imprudência e o pouco caso com as nossas vidas permitem que engenheiros construam prédios com estrutura de areia (lembram do Sérgio Naya e o seu Palace 2?) e estações de metrô que caem feito peças de dominó. Enquanto em outros lugares do mundo, o povo sofre com terremotos, tsunamis e ondas de calor, no país do “levar vantagem”, assistimos incrédulos a uma seqüência de tragédias que não vêm da natureza e, portanto, poderiam ser evitadas.

Como todos nós sabemos, a culpa nem sempre é do mordomo. À lista de vítimas do acidente com o avião da Tam, acrescento o meu nome e o de todos nós brasileiros, que padecemos diariamente pela incompetência das nossas autoridades em gerir esse país abençoado por Deus e bonito por natureza.

sábado, 7 de julho de 2007

Answer the call

Hoje o canal Multishow está apresentando o Live Earth, um evento promovido por Al Gore, ex-vice-presidente dos Estados Unidos, para alertar a população mundial para os nossos problemas ambientais. Mais de 150 artistas de diversos países estarão se apresentando pra multidões em oito cidades de continentes distintos. Talvez poderíamos citar essa iniciativa como uma das vantagens da globalização.

Acho ótima a idéia de disseminar a consciência ecológica. Não custa nada separar o lixo seco do orgânico, fechar a torneira quando escova os dentes ou faz a barba, usar menos papel e sacolas plásticas, consumir produtos ecologicamente corretos, desligar a luz e a TV quando não estiver utilizando. Cada um fazendo a sua parte, quem sabe a gente possa pressionar empresários, para que não poluam nossos rios com componentes químicos, e as autoridades, para que fiscalizem (sem se corromper!) o cumprimento das leis ambientais.

Espero que o evento seja uma forma verdadeira de lutar pelo desenvolvimento sustentável do nosso planeta. E não uma maneira enganosa de empresas e pessoas ganharem vitrine posando de ecológicos.

A propósito, lindo o filme que a agência África criou para o Itaú especialmente para o patrocínio do Live Earth. Confira abaixo.

Live Earth A, B, C e D

Coisas de casal

Nessa semana assisti a dois filmes que falam, cada um ao seu modo, de relacionamentos amorosos conturbados. Cão sem Dono, baseado no livro Até o dia em que o cão morreu, de Daniel Galera, com direção de Beto Brant e Renato Ciasca; e Pecados Íntimos, cujo nome original é Little Children, e tem direção de Todd Field.

No primeiro filme, um casal se conhece, troca carinhos, experiências, mas apesar do sexo, não troca intimidades. No segundo, existem vários casais problemáticos, que dividem o mesmo teto e se esquecem de dividir desejos, fantasias e preocupações.

Nos dois casos, o problema recorrente é a falta de diálogo. As pessoas não conversam sobre suas insatisfações, suas carências, e acabam se distanciando do companheiro. Falar sobre o que não está bom incomoda, não é confortável. E muitas vezes dói. Mas acredito que só assim podemos construir relacionamentos realmente fortes, transparentes e leais. Do contrário baseamos nossa vida em relações tão descartáveis quanto um copo plástico de cafezinho. Frágeis e antiecológicos.

Cão sem Dono, pelo menos, terminou com um final feliz. Na vida real, ainda bem, a gente não precisa esperar o fim pra buscar a felicidade.

Medéia e Jasão, em Porto Alegre

Está em cartaz, no Theatro São Pedro, uma montagem de Medéia, de Eurípides, dirigida por Luciano Alabarse. A tragédia grega que fala de vingança do início ao fim impressiona não só pela qualidade do elenco como pelo cuidado com figurino, cenário e iluminação. Já na entrada, antes de iniciar o espetáculo propriamente dito, o público é recebido pelos tripulantes do Argos que, quase silenciosamente, mostram suas agruras e dão uma idéia do que a peça irá oferecer. Durante duas horas somos envolvidos pela história da mulher que abandona sua terra, é traída pelo marido e resolve vingar sua sorte. É difícil sair do teatro sem refletir sobre temas polêmicos como traição, vingança e solidão. Vale a pena e ainda dá tempo de conferir.

sexta-feira, 6 de julho de 2007

Seis ou meia dúzia

Você já optou pela cobrança da sua conta telefônica por pulsos ou por minutos?

terça-feira, 3 de julho de 2007

Adeus, Neve!

Depois da margarina, agora nós, publicitários, vendemos felicidade em um vaso sanitário. Vale a pena dar uma olhada no mais inovador produto do mercado. Inacreditável!
Confira em cleanishappy.com.

segunda-feira, 2 de julho de 2007

País das ilusões

Ontem o Brasil ganhou de 3x0 do time do Chile, pela Copa América. Três gols de Robinho. Quem vê o resultado até pensa que a seleção brasileira jogou muito. E engana-se. O pior é que tem muita gente achando que estamos bem, inclusive o próprio autor dos gols que declarou modestamente que agora irá trabalhar bastante “para manter essa média”.

A mesma miopia que nos acomete o futebol, nos faz sofrer no campo da educação. A partir de 2008 a UFRGS – Universidade Federal do Rio Grande do Sul – reservará 30% das vagas de cada curso para egressos de escolas públicas. Metade dessas vagas será destinada para aqueles que se declararem negros, além de terem estudado em escolas públicas. O vestibular pode não ser a forma mais justa de selecionar estudantes para ingresso no terceiro grau. Mas é perigoso achar que iremos resolver nossas questões culturais e educacionais com a simples reserva de vagas para esse ou aquele grupo de cidadãos. Enquanto isso, descuidamos da educação fundamental, da formação de professores qualificados e capazes de instigar nossas crianças ao pensamento crítico, e da atualização das bibliotecas no ensino público.

Vou torcer pela classificação do time comandado por Dunga, na Copa América. E pela seleção de craques que queremos formar em nossas escolas e universidades. Mas sem ilusões.

sexta-feira, 29 de junho de 2007

Som na caixa

O mundo seria muito triste sem música. E sem graça. Cada dia pra mim tem uma trilha sonora. Às vezes mais alegre, pulsante; outras mais melancólica ou reflexiva. Hoje, voltando de um bate-papo sobre “música e viagens”, me dei por conta que a música nos leva muito longe, nos faz viajar sem sair do lugar. Com a vantagem que, pra ir além, você não precisa enfrentar esperas nem filas em aeroportos. Basta sintonizar o rádio, rolar aquele vinil que está esquecido na prateleira ou ligar o seu mp3. Escolha o seu som preferido e boa viagem.

quarta-feira, 27 de junho de 2007

RTA advertisement (NSW, Australia)

Bem-humorada e inteligente a campanha do governo australiano para incentivar a redução da velocidade no trãnsito. Adorei!

terça-feira, 26 de junho de 2007

Gravuras pra apreciar de lupa

Ainda há bastante tempo, mas convém não deixar pra última hora. Um pedacinho da Espanha está exposto no Margs, ou uma fatia considerável, dependendo do ponto de vista. A exposição Goya – As gravuras da coleção Caixanova – é imperdível. Pegue uma lupa na entrada do salão principal e vá descobrindo os detalhes gravados por esse espanhol ilustre, que produziu sem descanso mesmo parcialmente cego e totalmente surdo. Crítica aos políticos e às barbaridades da guerra, dramaticidade e fartas doses de ironia estão nas quatro coleções expostas no Margs: Os provérbios ou Disparates, Os Caprichos, Os Desastres da Guerra e A Tauromaquia. Eu diria que Goya retrata “a vida como ela é”, ou era, naquele final de século XVIII e início de século XIX. A mostra foi prorrogada até o dia 5 de agosto e não dá pra perder. Se sobrar um tempinho, quero passar de novo lá!

quinta-feira, 21 de junho de 2007

Perdas e ganhos

Não foi dessa vez que o Imortal Tricolor conquistou a sua terceira Libertadores da América. Mas não faltarão oportunidades. Conquistamos com muita garra e determinação um lugar na final do campeonato. Na próxima vez a gente chega lá!

Na semana passada, ouvi o psicólogo Mário Corso falando no rádio sobre o porquê da paixão dos gaúchos pelo futebol e, principalmente, por seus times. Ele tem uma teoria bem interessante, de que os gaúchos perderam grandes empresas como a Varig, a Ipiranga e, pra não perder o orgulho dos pampas, investiram no amor à camiseta do time do coração.

Ontem, o Grêmio perdeu o jogo, perdeu a chance de ser Tricampeão da América. Mas ganhou em reconhecimento do bom trabalho feito e, mais do que tudo, em demonstração de uma torcida positiva, parceira em todos os momentos. Até nos mais difíceis. Parabéns, Grêmio! E parabéns, tricolores, pelo grande espetáculo!

terça-feira, 19 de junho de 2007

Eu acredito no tri

Leia o manifesto, faça downloads e deixe seu recado no mural. Se você tem a alma tricolor como eu, comece a torcer pelo Grêmio agora mesmo e visite euacreditonotri.com.br. A decisão é hoje!

39,5º

Passei o último final de semana na cama, a dois, sob as cobertas, suando muito. Infelizmente não foi tão divertido quanto você pode estar imaginando. Eu e o Duda tivemos febre muito alta, daquelas de deixar o corpo dolorido e a mente sem raciocinar. Descobri nesses dias que a febre é a taxa compulsória que o corpo paga por não ter respeitado os próprios limites. Na semana passada, dormi pouco, não me alimentei corretamente, trabalhei muito e me diverti pouco. E deu no que deu. Acho que estar febril não deixa de ser um jeito esquisito de meditar. Afinal de contas, ficamos em um estado de consciência que facilita o autoconhecimento. Ou, pelo menos, a compreensão de até onde o corpo agüenta. De um jeito nada prazeroso, é claro. Vale citar um ponto positivo desse episódio (eu acredito que existam vários): tenho certeza de que algumas das minhas tensões devem ter sido exorcizadas junto com o suor da febre. Pensando bem, será que toda essa febre foi causada por cansaço, gripe ou ansiedade com o jogo de amanhã?

quinta-feira, 14 de junho de 2007

Paixão tricolor

Adorei o título do anúncio criado pela agência Matriz, que vi hoje em Zero Hora: “Ontem foi Dia dos Namorados. Hoje é dos APAIXONADOS”. Só a paixão pra acreditar que o Imortal ainda tem chances na final da Libertadores. Infelizmente, o jogo de hoje começou com um gol ilegal do Boca Juniors (como na última Libertadores da América que participamos e fomos claramente garfeados pelo juiz na semifinal). E o placar dos 90 minutos não nos foi favorável. Não pense você que eu acredito em duendes. Creio na garra dos jogadores, na competência do Mano Menezes, na boa estrela da direção do Grêmio e na sempre incansável torcida tricolor. Vamos, Grêmio! Tu és único por esses rincões! Veste a camiseta em azul, branco e preto pra fazer bonito na próxima quarta-feira e figurar pela terceira vez no pódio dos campeões da América.

segunda-feira, 11 de junho de 2007

Viva o amor!

Amanhã é dia dos namorados. Mesmo que você saiba que esta é uma data feita pra que o comércio fature mais, não custa dar uma turbinada na relação. Ninguém precisa se atolar no cartão de crédito pra fazer a pessoa amada feliz. Esqueça o celular que está em promoção por 10x de R$ 39,90 ou sair pra jantar no restaurante da moda (que terá uma fila de dobrar a esquina amanhã)! Posso até me enganar, mas um jantar em casa, preparado com carinho, a luz de velas e regado com um bom vinho expressam bem melhor o amor que você guarda aí, dentro do seu coraçãozinho apaixonado. Vale mandar flores, inventar surpresas, providenciar aquilo que ele (ou ela) está precisando e não tem tempo de comprar, presentear ingressos pra um show legal no fim de semana... Vale até pedir uma pizza desde que se crie um clima especial pra data. Só não vale cair na mesmice de comprar um ursinho de pelúcia ou esquecer de dar um beijo e um abraço especiais em quem você ama. E daí que é mais uma data comercial? Vamos lucrar no amor também!

quinta-feira, 7 de junho de 2007

Na final



A TV aqui de casa ficou bem assim quando terminaram as transmissões da madrugada de ontem. :D


segunda-feira, 4 de junho de 2007

I´m Lost

Ontem terminei de assistir à terceira temporada do Lost. Não posso acreditar que terei de esperar até o próximo ano para descobrir os mistérios criados pela série. Quem é Jacob? Ele realmente existe? O que é a nuvenzinha preta que matou Eco e assusta os sobreviventes do vôo 815 da Ocean Air? Onde está Michael? Os números 4-8-15-16-23-42 são malignos mesmo? O que eles representam? Ben é um lunático, está a serviço de seres alienígenas, de outros “Others” ou de malucos da iniciativa Dharma?

Pior: é possível que mesmo na quarta temporada muitas dessas e outras questões não sejam respondidas porque o seriado, a exemplo de Star Wars, a saga de George Lucas cujo primeiro episódio comemorou 30 anos no último 25 de maio, terá seis capítulos (ou temporadas). “Lost” estou eu!