segunda-feira, 2 de julho de 2007

País das ilusões

Ontem o Brasil ganhou de 3x0 do time do Chile, pela Copa América. Três gols de Robinho. Quem vê o resultado até pensa que a seleção brasileira jogou muito. E engana-se. O pior é que tem muita gente achando que estamos bem, inclusive o próprio autor dos gols que declarou modestamente que agora irá trabalhar bastante “para manter essa média”.

A mesma miopia que nos acomete o futebol, nos faz sofrer no campo da educação. A partir de 2008 a UFRGS – Universidade Federal do Rio Grande do Sul – reservará 30% das vagas de cada curso para egressos de escolas públicas. Metade dessas vagas será destinada para aqueles que se declararem negros, além de terem estudado em escolas públicas. O vestibular pode não ser a forma mais justa de selecionar estudantes para ingresso no terceiro grau. Mas é perigoso achar que iremos resolver nossas questões culturais e educacionais com a simples reserva de vagas para esse ou aquele grupo de cidadãos. Enquanto isso, descuidamos da educação fundamental, da formação de professores qualificados e capazes de instigar nossas crianças ao pensamento crítico, e da atualização das bibliotecas no ensino público.

Vou torcer pela classificação do time comandado por Dunga, na Copa América. E pela seleção de craques que queremos formar em nossas escolas e universidades. Mas sem ilusões.

2 comentários:

raquel alberti disse...

concordo contigo, rô. as cotas na universidade são um paliativo, a grande questão é mesmo a educação fundamental.

e a seleção... hmmm, tá difícil botar fé, né?

Roberta disse...

Ontem foi 1x0, raspando...