quarta-feira, 23 de maio de 2007

A miséria em bronze

O que vemos nas esquinas da Ipiranga, na Praça da Alfândega e, infelizmente, em muitas outras ruas da cidade, está esculpido no trabalho de Arminda Lopes. A exposição “Miseráveis – A estética da dor”, que pode ser conferida até 24 de junho, no Margs, denuncia a miséria de quem vive na rua, o drama social com o qual convivemos, muitas vezes, sem nos dar conta. As palavras abaixo estão escritas em giz sobre paredes negras. As obras em bronze chocam (ao lado, detalhe de “Louca”). E, utilizando as palavras da própria artista, “é impossível passar sem ver”.

É impossível passar sem ver!
É impossível fingir ignorar!
É impossível ficar de boca e coração calados!

Sinto o peito doer, doer aos farrapos... em farrapos pelos farrapos.
Preciso despertar corações que optaram pela cegueira.

É tempo de acordar e sacudir o nosso país.
Algo precisa ser feito. Que este seja um começo: a conscientização.
A conscientização de uma grande mudança.

Deixo uma pergunta:
Quão miserável és tu que não enxergas a miséria do teu povo?

Arminda Lopes

2 comentários:

Anônimo disse...

Uau! Meu peito chegou a doer... É assim, com o pieot em farrapos, que me sinto toda vez que meu olhar cruza e percebe tanta miséria ao nosos redor. Miséria física-social-educacional-emocional. Doída... Ainda não conferi a exposição, mas depois da dica, vou correndo. Grata. Bjo, Lila

Anônimo disse...

bom comeco